
"A sua fome repetia-se, estupidamente, dia após dia, e com essa falta de criatividade orgânica Hinnerk sentia-se desiludido e, de certo modo enganado. Como um som que permanece após mil ruídos que surgem e a certa altura parecem ser fundamentais, mas que acabam por desaparecer - também o seu apetite vulgar, diário, se tornara uma obsessão incómoda. Ainda para mais muitos anos depois da violência da guerra: não se resignava ao facto de o instinto de sobrevivência estar virado para a procura do alimento. A necessidade de matar - que ele vivera - parecia-lhe mais nobre, para a espécie humana, que a necessidade de comer."
in, Jerusalém, Gonçalo M. Tavares
Se em todas as dietas da alma tivessemos esta vontade, seriamos muito mais esbeltos...
in, Jerusalém, Gonçalo M. Tavares
Se em todas as dietas da alma tivessemos esta vontade, seriamos muito mais esbeltos...