22.8.06

Com a dose certa de grãos de areia, as minhas leituras de férias.


O húngaro Deszó Kosztolányi conta em Cotovia, com humor e subtileza, o amor escravizante de uma filha feia.


Os invisíveis, de Ana Paula Inácio. Doze contos, doze personagens que se reconhecem na insuficiência e invisibilidade.

Nunca fui bonita e sempre fiz um esforço por me tornar visível. Sem dar nas vistas à custa de exuberância. Apenas pretender que os olhares mais próximos se demorassem em mim num momentos de ternura ou mesmo lassidão. Mas a senhora conhece o ditado, Se não consegues vencê-los, junta-te a eles, e foi assim que deixei de existir, mesmo nos espelhos onde, começando por me tornar baça, me rarefiz em partículas mínimas de pó ou ainda nas fotografias onde me diluí num tom sépia e depois neutral.

in A Mulher que se Fez Cão e Depois Partícula Mínima de Praia


6 comentários:

Mushroomdeluxe disse...

E os créditos da foto?
E os nossos 15 minutos de glória?

Ass. A amiga do dono da toalha que dispôs os livritos...

Anónimo disse...

Parece-me que isto é caso para processo...

Anónimo disse...

Têm toda a razão, apresento publicamente as minhas desculpas. Agradecimentos a:
David henriques, que cedeu a sua toalha de praia;
Marta Duarte, que tratou da produção.
Mas os livros são mesmo meus...

Victor Figueiredo disse...

Interessante! Contos, a levar em linha de conta.

Navel disse...

É a segunda vez que vejo "Os Invisíveis". Há uns anos, os meus "super-amigos" ofereceram-mo com uma dedicatória que dizia: "À menos invisível dos invisíveis..." Será que pensam o mesmo agora?
Não sei porque escrevi isto. Acho que me apeteceu partilhar...

magarça disse...

Navel,
lendo o escreves acredito que não.E, em jeito de desabafo, te digo que este livro também me deixou a pensar no grau de importância que temos para os outros.