O brunch do lobo mau
Esta história é como um almoço familiar, já a conhecemos desde sempre mas por vezes surpreende-nos! ...
" A avozinha já almoçou?"
"Ainda não", disse o lobo. "Estava à tua espera..." e aproximou a sua cadeira da cadeira da Capuchinho Vermelho, pondo-lhe o braço à volta dos ombros.
"Que braço tão grande, avozinha!", disse Capuchinho Vermelho.
"É para te abraçar melhor...", respondeu o lobo, apertando-a contra si.
"E que olhos tão grandes com que está!"
"São para te ver melhor, minha querida..."
"E que orelhas tão grandes!"
"São para te ouvir melhor..."
"E a boca, que boca tão grande!"
"É para te comer melhor!", disse o lobo pondo-se de repente de pé, saltando sobre a Capuchinho Vermelho e comendo-a.
Quando acabou de comer a Capuchinho Vermelho, o lobo lambendo os beiços exausto e satisfeito, achou que era melhor ficar por ali e dormir um pouco enquanto fazia a digestão. Tinha comido a avó e Capuchinho uma a seguir à outra e estava a abarrotar, por isso adormeceu rapidamente.
A mãe voltou então do trabalho e deu com o lobo a dormir na sala e as roupas da Capuchinho Vermelho espalhadas pelo chão. Em grande aflição, percebeu logo o que se tinha passado. Cheia de raiva, correu ao anexo do quintal, trouxe uma forquilha e espetou-a no lobo com toda a força, matando-o. Seguidamente, pegou numa grande faca e tirou-lhe cuidadosamente a pele. "Assim como assim", disse a mãe, "sempre fico com uma estola..."
Nos dias seguintes a toilette da mãe foi objecto de grande admiração entre as colegas de escritório: um vestido vermelho rubro que lhe ficava muito, muito bem e uma belíssima pele de lobo ao pescoço."
in, A história do Capuchinho Vermelho contada a crianças e nem por isso por Manuel António Pina segundo desenhos de Paula Rego
Esta história é como um almoço familiar, já a conhecemos desde sempre mas por vezes surpreende-nos! ...
" A avozinha já almoçou?"
"Ainda não", disse o lobo. "Estava à tua espera..." e aproximou a sua cadeira da cadeira da Capuchinho Vermelho, pondo-lhe o braço à volta dos ombros.
"Que braço tão grande, avozinha!", disse Capuchinho Vermelho.
"É para te abraçar melhor...", respondeu o lobo, apertando-a contra si.
"E que olhos tão grandes com que está!"
"São para te ver melhor, minha querida..."
"E que orelhas tão grandes!"
"São para te ouvir melhor..."
"E a boca, que boca tão grande!"
"É para te comer melhor!", disse o lobo pondo-se de repente de pé, saltando sobre a Capuchinho Vermelho e comendo-a.
Quando acabou de comer a Capuchinho Vermelho, o lobo lambendo os beiços exausto e satisfeito, achou que era melhor ficar por ali e dormir um pouco enquanto fazia a digestão. Tinha comido a avó e Capuchinho uma a seguir à outra e estava a abarrotar, por isso adormeceu rapidamente.
A mãe voltou então do trabalho e deu com o lobo a dormir na sala e as roupas da Capuchinho Vermelho espalhadas pelo chão. Em grande aflição, percebeu logo o que se tinha passado. Cheia de raiva, correu ao anexo do quintal, trouxe uma forquilha e espetou-a no lobo com toda a força, matando-o. Seguidamente, pegou numa grande faca e tirou-lhe cuidadosamente a pele. "Assim como assim", disse a mãe, "sempre fico com uma estola..."
Nos dias seguintes a toilette da mãe foi objecto de grande admiração entre as colegas de escritório: um vestido vermelho rubro que lhe ficava muito, muito bem e uma belíssima pele de lobo ao pescoço."
in, A história do Capuchinho Vermelho contada a crianças e nem por isso por Manuel António Pina segundo desenhos de Paula Rego
2 comentários:
Este sim, é um conto exemplar! Admiro o sentido prático da senhora mãe...
Ai que nesta altura esta falta de maternidade faz-me tão mal...
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